Falando como o poeta que fazia a escola da viola, violão e versos Nesta história de outros dias, na linguagem do povo deste chão Pra ouvir esta prosa direito não precisou abrir nem jornal Foi aqui nesta terra que é roxa principiando os tempos de natal Eu não vou falar de brincadeira, nem tão pouco estou falando mal Vou mostrar como a história se inverte e o bem ultrapassando mal Numa noite fria e chuvosa pra seguir a ordem do patrão De sumir com o cãozinho Pitoco que dormia na repartição Este animal não tinha dono mais tinha muita estimação Foi jogado em outra cidade, confirmando um destino de cão Veja só como a história se inverte não adianta por ponto final Foi voltando pra cada de novo enfrente a chuva e o vendaval Numa estrada muito perigosa sem acostamento e demarcação N'outro dia de manhã bem cedo já estava na repartição Quando o capataz viu o cachaço quase achou que era uma assombração Foi saindo de cabeça baixa reportar a notícia pro patrão Nessa hora o povo já sabia, quebrou-se o silencia e a descrição E quem estimava o cãozinho foi atrás de uma explicação Se achavam que não tinha dono lhe faltavam a base da verdade Esse bicho foi dado por Deus e é presente na comunidade Se o nervo estava a flor da pele não faltaram gestos e nem a discussão A confiança ali caiu por terra, tinham que tomar a decisão Vejam só como a história se escreve: É o bem ultrapassando o mal O cãozinho que não tinha casa faturou um presente de natal Hoje dorme em cama tranquila com amor e com dedicação E aqueles que tem malvadeza, entenderam o destino de cão