O amarelo na bandeira representa a fome E tu verás que um filho teu não foge à luta Dinheiro é sinônimo de sangue Nem preciso de afeto Serei fatal quando tu menos esperar Fumando angústia sem o mínimo de prazer Provoquei mudança na rotina Sua imagem divina me olhou com desprezo E se eu tiver que ir pro inferno eu vou prosperar Viver na merda ou enfrentar perigo Viver a vida ou completar o ciclo Viver na bolha ou conhecer o lixo Vivo ferido, nunca morri de medo Quarto de despejo, meninos acolhidos No quarto de despejo a polícia mata Na sua sala de visita a polícia me adora Quarto de despejo pra ferir sua alma Eu sou a arte centenária pra salvar meu povo Eu sou um cômodo escondido Eu sou um quarto de despejo Cem por cento fora do cartão postal Eu sou definição de ódio, matar e morrer de medo Favelas cariocas são um quarto de despejo Eu sou um cômodo escondido Eu sou um quarto de despejo Cem por cento fora do cartão postal Eu sou definição de ódio, matar e morrer de medo né? E como que conquista autoestima? E porque eu sou sempre tão parecido com o vilão? Rejeição sobre o cabelo crespo Sua imagem divina parece um blogueiro Bucetas brancas sempre pensam que eu vim pra roubar Feito pra morrer, eu tenho cara de que vai matar? Eu prefiro nem entrar, mesmo que convidado E se eu me empoderar eu sofro genocídio Eu vejo a menozada com a fome de Nike Já me desdobrei pra ter uma da HBS Fome insaciável quando a revolta cresce E no final de tudo a história é sempre igual O crime, depressão ou droga Necessidades de mudança Camisas de escola não merecem marca de sangue E eu sou vitimista pra quem é daltônico E não repara que a cor da pele é sempre a mesma Eu sou um cômodo escondido Eu sou um quarto de despejo Cem por cento fora do cartão postal Eu sou definição de ódio, matar e morrer de medo Favelas cariocas são um quarto de despejo Eu sou um cômodo escondido Eu sou um quarto de despejo Cem por cento fora do cartão postal Eu sou definição de ódio, matar e morrer de medo Favelas cariocas são um quarto de despejo