Essa vontade De não sei o quê Parece uma saudade De não sei o que lá Se cala, cresce Quando anoitece vêm Varando a noite Raiou o dia vai Me faz como menino crer Mesmo que não exista Um resto de sonho Escondido em algum lugar Brinquedos guardados Na mente de um alegorista Quando desse véu me desnuda Posso tatear Me coça, me roça, me apressa Me assanha, me assusta É verbo, é vento Silêncio de um despertar Desde o meu rebento Me veste essa carapuça Que pulsa a paixão de viver E o prazer de cantar Me faz o destino temer Pra depois me encorajar Complica que não devo ir Mas que devo estar Me faz mil carinhos querer E muitos amigos amar A força que assim me carrega Nesse caminhar