Um cheiro morno brota de baixo do teu vestido Nas tardes de domingo Nas tardes de domingo. Um gato preto dorme debaixo do teu vestido sonhando em versos antigos sonhando em versos antigos. Escondo um dos meus segredos debaixo do teu vestido e o sol arranca um rio dos teus póros, molhando todo o tecido. Uma música triste toca debaixo do teu vestido e vem até meus ouvidos e vem até meus ouvidos. A lua-cheia pinga debaixo do teu vestido e escorre pelos ladrilhos e escorre pelos ladrilhos. Tuas vielas de veludos e sedas e sobretudos, teus endereços duvidosos, teus ossos, teus poços, teus muros. (Quando a noite vem, ela se vai também e em seu caminho eu sei que existe um outro alguém) Esqueço as chaves e os cigarros debaixo do teu vestido e então naufrago pelos bares e bocas e olhos e ouvidos. Um rato imundo anda debaixo do teu vestido roendo todo o sentido, roendo todo o sentido...