Não fale de algo que não passa Esse é mais um relato da preta Que sempre quis espaço pra gritar bem alto Toda sua revolta nas letras Só nos querem pra rolê discreto Mas não conhecem a nossa dor Sempre a mesma desculpa, que somos iguais E que o tal do amor não tem cor Desde sempre na luta isso é fato Solidão das pretas eu retrato Sociedade racista que desde os primórdios Nos deixam sozinhas de lado Essa causa conhecemos bem Mas de qualquer forma estamos bem Vivendo nos bastando, sempre respeitando Pessoas que nos querem bem Com poder no sangue somos quente Conseguiremos seguir em frente Vamos sair pra rua, todas na labuta As preta são foda e 'cês' não entende Pra vocês é bem fácil falar Pra vocês é bem fácil julgar Só pelo meu jeito de andar Todo dia encarando olhares Que nos matam a cada piscada Vão da cabeça aos pés sempre nos fiscalizam Como se fosse uma ameaça Pra eles não faz sentido no entanto Deve ser porque eles são só brancos Não entendem o que somos, nem o que vivemos É a gente que mais ta sobrando. Não fale de algo que não passa Esse é mais um relato da preta Que sempre quis espaço pra gritar bem alto Toda sua revolta nas letras Só nos querem pra rolê discreto Mas não conhecem a nossa dor Sempre a mesma desculpa, que somos iguais E que o tal do amor não tem cor Eles querem o que é belo do lado Eles querem o que traga status E seguem o esteriótipo do que é beleza Aquilo que é liso e claro Na base da pirâmide estamos Sem estrutura social pra subir Dizem que a gente se vitimiza Pois saiba não temos poder pra oprimir Quero ver se 'cês guentam' um dia sendo preto Sofrendo opressão, racismo o dia inteiro Tendo que alisar a raiz cabelo Pra ter que conseguir emprego. Seu racismo não é enraizado Ele é escancarado Hoje 'cê' ta comigo pra preencher vazio Mas só ama o que é padronizado