O pescador em tuas águas Busca o pão de cada dia O mergulhão em seus voos Em ti também se sacia Regas a terra pra o homem Que te arrasta pelos campos E nos canais que te levam Vais estendendo teu canto Mirim, lagoa pampeana Dos peixes, dos arrozais Banhas o sul da querência Sangrando os campos neutrais E na fronteira do pago Rompe a divisa e se vai Como um galope na noite Resgas também o Uruguai Matas a sede do peão Em suas lidas campeiras E quando as cheias te expandem Banhas as velhas palmeiras E quando entras nas casas Parece que o teu cantar É um lamento crioulo De quem quer voltar pra o lar