Nestas bailandas do costado do uruguai, Lá nas "três boca" o passado não perdeu, Sob uma cruz descansa o velho sapucay, O cantador de quem a gaita emudeceu. Quando alpargata se arrastava por ali, Na marca alegre d'um faz que vai, mas não vai, Chinas faceiras, sarandeavam a divertir, A quem chegasse ao baile do sapucay. Um grito ecoa nas barrancas deste rio, Nas três bocas três chamados, pra que mais, Outro chibeiro na fronteira "fio a fio", Trabalha os remos nas águas do uruguai No pôr-do-sol ou na aurora do amanhã, Seja remando ou pelas barrancas do rio, Pra quem tem amigos essa vida não é vã Se faz história tendo força, garra e brio. Pra cantar em sua memória digo assim, Viveu a vida ajudando os seus iguais E a referência que hoje faço é enfim, A semente da trilha do sapucay N'outra querência foi viver, não tem mais fim, Descansa em paz velho bernardo sapucay.