Por via do código linguístico que nos liga Intervenho em nome da divindade superior que me guia A oração pelo povo brasileiro O querer da mãe África Transmitido por este rapper estrangeiro Não há outro rumo se não o da audição atenta O discurso trará reflexão plena Não'gana não'gibinga pala woloka (senhor lhes ensine) Kwabangwe male walonga (não lhes castigue) Não'ga kuzolo não'gana não'zambi (te amo senhor) Tu estás acima de todas leis Eras tu por trás da escrita cuneiforme Quando não Existem papéis És tu que vagueias de lés a lés O pássaro solitário acalentando as criaturas cruéis Costumo orar bastante pela minha terra Objetivando que cuides da nossa angola Nos vigiando em sua destreza Mas hoje invoco o teu nome em viveza Para que toques no coração Dos irmãos situados no sul da América (Não) não é apenas expressão cultural Neste momento o Brasil está a receber uma visita espiritual Aos que estendem as mãos Aos que não comem Aos abastados homens Sintam a presença da força E para a essência retornem Paire sobre as águas do amazónia Dê de beber os animais Fortaleça árvores e suas folhas Que a vida no pântano siga o seu curso natural E que os peixes circulem livremente pelos rios Sem a poluição do racional inimigo Cubra-me nesta empreitada Tende piedade da minha alma Leve o eco desta voz para fazer brotar a semente no certão Kungi xisa (não me large) Abram os ouvidos, recebam esta máxima Vos falo do berço da humanidade Esta oração vem de luanda O nhyaneka umbi, filho de não'zambi Filho kianda ki ana azanga Filho da terra de simba e de mufasa Façam fortes ventos que caiam Relâmpagos de ameaça rasgando planos de morte Embaraçando a desgraça E que a noite não seja uma criança Mas sim um adulto ensinando que ao nascer do Sol a vida avança Ofereça a justiça que não vê caras Pai golpeia a corrupção Colocando toda a ilicitude frustrada Trace uma linha de entendimento entre a arma apontada E aquele que aguarda o fuzilamento E que a agulha injetada por qualquer médico Transporte todo o seu amor na composição do medicamento Meu ngana (Deus) salve o povo do samba Leve o teu vasto conhecimento a todas as penitenciárias Chame o carcereiro que maltrata Faça-lhe entender a verdadeira importância da vida humana Na capital repreenda o parlamento Uma de uma vez o homem índio O homem branco e o homem negro E que a vontade de fazer carnavais Seja a mesma vontade para se melhorar políticas estaduais Use a minha fé e a dos meus ancestrais Faça com que todo o povo acredite em vindouros dias de paz Kenepe kya tuxinda, não'ga sakidila (Foi para isso que fomos feitos. Obrigado!)