Come, come, come, ele come, come Come, come, come, ele come, come [Paulo Flores] Nossos heróis, todos morreram Da sobra que até, queremos escola Da paz queremos pão Queremos educação Dignidade em Angola, queremos [Kid MC] Pra que horizonte nós andamos Não vejo um objetivo seguro no crescer dos angolanos Só vejo o povo atordoadamente frustrado Recluso da ignorância e medrosamente amarrado Já não se espera que se faça alguma coisa Apenas andamos, os nossos corações perderam força Vemos crescer a riqueza descomunal De saqueadores que nunca viram a porta de um tribunal Educação há muito que a gente deseja No lugar disto oferecem-nos fábricas de cerveja Para nos matarmos nas barracas e festas Enquanto eles contam os milhões e ativam as transferências Dos balúrdios, em contas estrangeiras E nós aqui sufocados como peixes na beira É assim que realmente estamos Reivindicamos entre nós ou cochichamos lá nos cantos [Paulo Flores] Nossos heróis, todos morreram Da sobra que até, queremos escola Da paz queremos pão Queremos educação Dignidade em Angola, queremos Dignidade em Angola [Kid MC] Comunicação só manipula Desviam-nos a atenção da maneira mais astuta e absurda Implantaram nas nossas cabeças a ideia da riqueza fácil E obter ganhos às pressas Fatores que só estimulam a ilegalidade Bloqueando a passagem para a era da equidade Ambição até nas relações humanas Ninguém faz nada por ninguém sem que se mostre a grana Tenham compaixão desta gente acabada Tenham compaixão desta gente desafortunada Que apenas quer o pão na mesa E que parem de olhá-los como mero sinónimo de miséria E a espera continua Nos bolsos vazios destes homens na pele da criança nua Cujo tronco nunca viu uma blusa E os pés já estão cansados de tanto andar pelas ruas [Paulo Flores] Nossos heróis, todos morreram Da sobra que até, queremos escola Da paz queremos pão Queremos educação Dignidade em Angola, queremos [Kid MC] Existe a nova geração partidária Estão convosco, militam Podem contar com os seus votos Mas não por ideologia nem por gosto Eles só fazem porque carregam o partido no bolso Aprenderam a bajular quem está por cima A influência é tapete nos corredores da micha E esta micha só obedece ao cifrão Mergulha na corrupção e ri da Constituição O detentor assiste à peça da varanda O que adianta ter tanto poder para não fazer nada? O que adianta desenhar a dita união tão desejada E permitir que se faça tanta borrada? Ou será que isto é parte de um plano? Para dividir o país entre senhorios e escravizados As leis não passam de páginas e artigos Tento ver seriedade nos nossos, mas não consigo Jovens sonham com cargos Já com o objetivo de roubarem sem serem penalizados A impunidade é um conhecido ângulo Quem rouba enriquece e depois protegido por anjos [Paulo Flores] Hoje está chovendo à rodos Canucos jogando à bola Nesse canto que é de todos A todos que eu venho pedir Para não se esquecerem de Angola A todos que eu venho pedir Para não se esquecerem de Angola