Aprendi desde guri A este chão dar valor De meus pais sempre ouvi Historias de fé e labor Tirar da terra o sustento Plantar e colher o pão Respeirar a voz do vento Nos tempos de viração Assim se faz na querência De netos, filhos e pais Procura-se manter a essência Que herdamos dos ancestrais Os braços fortes pra enxada São os mesmos que embalam Os sonhos da piazada Como antes me embalaram E a cadeira de balanço Onde os olhos ternos vigiam Um gurizote descalço Como já me vigiaram Há que se cudiar da terra Retribuir a sua davida Quando se planta, se espera Dar continuidade a vida Pois tembem há esperança Quando uma vida se encerra O corpo e semente, se planta Pra rebrotar da terra Assim se dá na querência O que foi uma vida inteira Rebrota da terra a essência A eterna herança campeira