Minha cordeona genuína Cada botão um segredo No campo deste teu fole Reponto amores, recuerdos E sempre busco tua sanga Pra matá a sede dos dedos! No fole desta cordeona Um manancial cancioneiro Ecoa o rincho d’um potro O berro dalgum terneiro E um grito antigo de forma Terrunha voz do potreiro Uma querência de antanho Com cismas de redomona Se aquerenciou nesta gaita Com todo jeito de dona E o Rio Grande é mais gaúcho No fole desta cordeona! No fole desta cordeona Varzedo e rancho barreado O mesmo barro das tropas Que outrora foi pisado E um rangido de carreta Deixando o pago riscado Minha cordeona genuína Exala a maula fragrância Dalgum arreio suado Que vem sovando a distância O fole desta cordeona É a voz rural das estâncias!