Quisera ser um poema de amor. Falar das penas de um sangrador. Ser poesia incompleta nas plenitudes da alma, A melodia que é calma pra um pobre coração Quisera ser um poema de amor Que compartilha com o tinto da dor. Duas taças sobre a mesa que se entregaram silentes, Como a vela que ainda sente o queimar de uma paixão. (Não quisera ser as flores que ficaram na estação) Quisera ser orvalho que beija a rosa com calma Cada vez que amanhece nos campos doces da alma. A serenata mais terna em que um riso fosse o tema, Mas me conforta a clausura de ser apenas poema. Quisera ser um poema de amor Que compartilha com o tinto da dor. Duas taças sobre a mesa que se entregaram silentes, Como a vela que ainda sente o queimar de uma paixão. (Não quisera ser as flores que ficaram na estação)