Sou filho do chão rachado Pelo Padin abençoado Um sonhador carregado na fé Sigo no pau de arara Rumo ao país das águas Na esperança me mantenho em pé A caatinga abre espaço para o verde encantado A ilusão me dominou Na mata fui escravizado, pela elite explorado O progresso nosso sangue sugou No palco do teatro requinte francês Vaga nos trens o luxo bastardo O lucro era privado, partilhado com o inglês Eu vi a extração desmoronar Eu vi barões desmantelar O Sonho da fartura Virou pesadelo de penúria E como inútil produto fiquei ao léu Com saudade de ser tão feliz sob azul do céu Com a diferença aprendi Com a diferença ensinei Na Ribeira teve São João O boi na quadrilha dançou Viva a congregação! O verde se torna esperança O sofrimento hoje é perseverança Da borracha viver, sem desmatar Humaniza a floresta pra extinção não chegar Utopia, meu destino Praça Onze é o caminho A floresta num sonho especial É o Império em festa no virtual Fazendo o nosso carnaval real