Quando eu vinha do mato O pato me pegou Ele abriu o seu bico E disse salvador Não sabia o que era E quis lhe perguntar Que cidade era aquela De pedaço de mar E o pato, ele mesmo me falou Cidade baixa, alta, da pituba ao meu senhor Meu senhor do bonfim Faz a fé aí pra mim Vou deixar de perdidos Levar meus pedidos Em fitas sem fim Meu senhor do bonfim Faz a fé aí pra mim Vou deixar de perdidos Levar meus pedidos Em fitas sem fim E aí que o pato veio me contar Que a desigualdade toma conta do lugar Mas eu saí do mato Indo pra salvador Vi a praça da sé O olodum no pelô O largo dois de julho Me joguei na gamboa Cheguei em itapuã Na beira da lagoa E aí o pato veio me cobrar Diz que pela alegria a gente tem que lhe pagar E a gente já paga Até muito imposto Todas contas do mês Pouco vintém no bolso Tanta mulher morrendo Pandemia é normal Só pobre na cadeia Criança no sinal E aí foi que o pato me contou Chacina no cabula, em jaguaribe, meu senhor Meu senhor do bonfim Traz a fé aí pra mim Porque a gente é forte E com um pouco de sorte O futuro há de vir Meu senhor do bonfim Traz a fé aí pra mim Porque a gente é forte E com um pouco de sorte O futuro há de vir Há de vir, ô, há de vir Há de vir, ô, há de vir Há de vir, há de vir, ô Há de vir Meu senhor do bonfim