Karol Conká

Cabeça de Nego (part. Sabotage)

Karol Conká


O nego não para no tempo, não
Suas origens vem de Angola há um bom tempo
Sabotezil, Brasil, bem Brasil no Rio
Do verdin, cabeça de nego
Desfecho conforme vive o vento se mostra
Respeito pro povo, um ofenso universo
Protetor do Orum
Que olhou, colheu o ouro
Ouro no Olorum modupé

Nego não para no tempo
Teve um tormento, a dor que é forte, se sentiu lá dentro
Maracutaia lá no norte, o mano vai viver
Maracutaia segue a seco, um dia irá chover
Sabe por quê?

Nego não paga veneno, pode acreditar
Se você já sabe há um bom tempo
O nego para um bom tempo
Seja África, Brasil, brasileiro
Maracutaia em toda parte, vejo no governo
Tem ACM, Lalau pra deixar tormento
Tem muito tempo, o pobre pagando veneno
Mesa branca, aruanda, que canta com fama
Desmanda a mensagem, Canão, êee

Nego não para no tempo
Teve um tormento, a dor que é forte, se sentiu lá dentro
Maracutaia lá no norte, o mano vai viver
Maracutaia segue a seco, um dia irá chover
Sabe por quê?

Faço o que faço há um bom tempo, chegado
Um carro parado, meu preto do lado
Empapuçado de mato
Rica chegado, chega
'Presta um cigarro, se pá, não falo besteira
Brasil, tô na palma, pandeiro e não pára
De Curitiba à Candelária, um bom tempo na praia
Porque a nega não para, não para, não para há um bom tempo
A nega não para, África vejo o momento
Tipo: Anastácia, Tereza, relembra Mãe Menininha
O Gantois, pode crer, que sempre vai ter vida

Maracanã lotado, o desastrado, por isso já é sabado
Tudo o que eu faço é torcer
Mas vai ver, a trajetória do Timão vencer
Periferia sofre em vida, mas tira um lazer
Quem é o defensor do Orum vai saber dizer
Quem é o protetor da guerra vai sabe viver, hey

Nego não para no tempo
Teve um tormento, a dor que é forte, se sentiu lá dentro
Maracutaia lá no norte, o mano vai viver
Maracutaia segue a seco, um dia irá chover
Sabe por quê?

O rap tem que ter raiz, tá ligado?
Não por nada não, morô?
Mas tem uma pá de cara cantando rap aí
Que os cara fala do sofrimento
Agora eu falo pra você
Se eu fosse falar de tanto sofrimento
Meu tempo num dá, olha aí

Karol, eu vejo sim
Quero dizer que vim
Do Boqueirão surgi
Que reivindiquei, estou aqui
Um novo tempo vai poder dizer que
É, sobre o passado de um tempo presente
Moleque de black, descalço, vou chapando o coco
Correndo no morro
Aeroporto vivo, vivo
Água, Espraiada é assim, é
O tempo todo Deus está por mim
Porque eu faço o que faço, não mando recado
Faço o que faço, não mando recado
(Diz) faço o que faço, não mando recado
Faço o que faço, não mando recado (diz)

Nego não para no tempo
Teve um tormento, a dor que é forte, se sentiu lá dentro
Maracutaia lá no norte, o mano vai viver
Maracutaia segue a seco, um dia irá chover
Sabe por quê?