Sociedade marchando, rumo ao conforto Na sede do simples, que gera o raciocínio torto Ofusca o plano físico, recorre ao digital Cria vida no HD, e esquece do mundo real. Em casa, na avenida ou na praça A retina é na tela, não importa o que você faça Desgraça, me vejo com pena dessa raça Perderam o valor da alma, focando só na carcaça. Evolução, tecnologia, amplia simplicidade Virtude do aparelho superior à humanidade E assim a marcha segue, eu vejo e também já vi A visão manchada da sociedade zumbi. Escassez do original, fadados ao artificial As regras do sodalício que definem sua moral Se acha inteligente, com a mente ignorante Se a vontade alheia que molda seu modo operante. Sociedade Zumbi, Olhares embaçados, cérebros finados Sintético ri, ri e sorri, coitados Seu prisma da vida é apenas existir. Grita a natureza, perece e vira produto Aos olhos do ser marcado pelo ego absoluto E a mais bela arte, se mantêm perplexa Cercada de ego gordo, e mente anoréxica. Seja único, não o cego que não quer ver Diferente de zumbis iguais, seja você Observe como é árido, esse mundo louco Entenda irmão, todo conhecimento ainda é pouco. O olhar do poeta, que enxerga nas entrelinhas Da luz à idealização, e flui imaginação Criando a concepção, e traçando com a alma Uma folha calma, com paz em suas linhas. Minha tese eu aplico, foco na esperança Carência de ódio, convicto de confiança Surge uma imagem, escrita em meu oráculo O envio da mensagem que tomo de sustentáculo. Eu vi, ouvi, vivi e conheci, isso aí E ainda ouço, vejo, vivo e conheço Aprecio o sentimento, aquilo que não tem preço E te pergunto, qual é sua missão aqui? Viver literalmente ou apenas existir? Zumbi. Sociedade Zumbi Olhares embaçados, cérebros finados Sintético ri, ri e sorri, coitados Seu prisma da vida é apenas existir.