Kalangos

Dengo de Mulher

Kalangos


Botei dentadura no meu cavalo e dei ao meu amor de presente
Pois quem ama sabe, que existe pressente
E que cavalo dado, não se olha o dente

Tirei o santo lá do altar e fui levar pra outra capela
Pra pedir pra ela a felicidade
Pois dentro de casa, já não faz milagre

Mas doutor, acho que tô doente, acho que foi esse tal do amor
É uma gastura não meu coração, um remelexo dentro do meu peito
Quem sabe eu tenha um defeito, que é gostar do jeito dela me querer

O povo diz que eu sou poeta, mas minha vó diz que me enganei
Que essa paixão é que nem veneno, e foi desse ferro que eu já provei
E meu avô disse que, com ele, foi assim mesmo que aconteceu
Jaca com água e maniçoba, toma banho depois do café
Eu sei que isso tudo mata, mas o que mata mais é dengo de mulher

E meu avô disse que, com ele, foi bem assim que aconteceu
Jaca com água e maniçoba, toma banho depois do café
Eu sei que isso tudo mata, mas o que mata mais é dengo de mulher