Meu ranchinho pobre, lá no pé da serra Onde não há guerra nem desilusão Fogão é de lenha parede é de barro É de boi meu carro, a luz é lampião Não existe luxo nem mesmo a riqueza Lá não tem tristeza lá não tem rancor Não tem solidão mais tem felicidade Têm paz harmonia têm simplicidade Meu ranchinho pobre é feito de amor Levanto bem cedo no romper da aurora O orvalho lá fora vai molhando o chão O sol vem surgindo aquecendo a terra O cheiro da relva espalha no sertão Na terra tombada brotando a fartura Esperando a chuva regar a semente Agradeço a Deus por mais esse dia De luta de glória e muita alegria Pois no meu caminho Jesus vai à frente Quando cai a noite sobre a luz da lua Ponteio a viola e canto uma canção A fogueira acesa no grande terreiro E a voz afinada vem do coração Depois eu repouso deitado em meu leito Ouvindo o lamento do rio que vai Esse é o meu sertão minha vida meu mundo É meu paraíso meu sonho profundo É o meu refúgio esse é o meu lugar