Do que seria o homem Se homem não fosse mais E a quadrupetude subisse Das patas à fuça? Do que seria a carne Se pele não a fosse mais? Não suportaria o toque Não aguentaria O tapa na cara E as entranhas à flor da pele Entranhas à flor Sentir a saliva que agora corrói Entranhas que, à flor da pele, destrói Sentir o amargor, sentir o amargor Das entranhas à flor, entranhas à flor De que seria o homem Se poder não o fosse mais? Altura, prelúdio da queda e só Beleza, a prévia da morte Do que seria a sede Se água incendiasse? Não suportaria o gole Não aguentaria O cuspe na cara, o cuspe na cara E as entranhas à flor da pele Entranhas à flor Sentir a saliva que agora corrói Entranhas que, à flor da pele, destrói Sentir o amargor, sentir o amargor Das entranhas à flor, entranhas à flor