Dizem que no alentejo Tudo é feito devagar E assim que termina a sesta Só se pensa em descansar E a gente não entende A razão de tanta pressa Se depois de cada noite Há um dia que começa Um beijo no alentejo É dado devagarinho Que a gente sabe que um beijo É muito mais que um carinho. Por isso é que quem cá vem Tem pena de não ficar Ao ver o gosto que tem Um beijo dado devagar Quando uma estrada começa Os homens pensam assim Vá devagar ou depressa Cada dia tem seu fim E quando as mulheres mondam Olhando mais para além Às vezes, perdem os olhos Na pressa que o amor tem Um beijo no alentejo Não foge a água da fonte O sol demora a nascer E até a erva do monte Leva o seu tempo a crescer Quem vier, venha com calma Porque olhando a nossa gente Só lhe pode ver a alma Quem não olha de repente