Juraildes da Cruz

Rio Araguaia

Juraildes da Cruz


Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz

Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno que manso desmaia

Se o canoeiro lhe contar o caso
Da sucuri que engoliu o boi
Não duvide dele
Só pergunte a ele como é que foi

Se o ribeirinho quiser lhe ensinar
A se aliviar de ferrão de arraia
Por favor não ria
Pois a simpatia é rabo-de-saia

Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz

Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno do rio Araguaia

Se a lavadeira lhe falar do filho
Do boto com a donzela
Não ponha descrença
Essa nascença foi no rancho dela

Se o Carajá lhe contar que a chuva
É o pranto  de Cananchuê
Pode acreditar
Pois se duvidar, pára de chover

Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz

Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno do rio Araguaia.