Eu sou vaqueiro aqui do Nordeste Um homem rude, um cabra-da-peste Sou mais um filho deste meu sertão Aonde eu moro, tem a estiagem Mas eu enfrento com muita coragem Meu "Padim Ciço" me dá proteção Sou em quem passa o dia nas caatingas Tocando o gado e fazendo cacimba Pra mode a sede não me judiar Porque o sol que queima sem piedade No meu sertão, faz atrocidade E traz tristeza pra esse lugar Às vezes penso em mudar de vida Falta coragem para a despedida Nasci no agreste e aqui vou morrer Cidade grande assusta o sertanejo Melhor ficar nesse meu lugarejo Mesmo sofrendo, dá pra se viver Ai, doutor! Tô pelejando nesse meu trabalho Mas a saúde encontra um atalho E me abraça no meu dia a dia Esse vaqueiro sofre e não reclama Está fazendo aquilo que ama No coração, mora a alegria.