Além da Nova Ordem, quero viver Com a minha paz eu não bato de frente Eu tenho mil motivos pra vir lhe dizer A fé sempre responde em nome dos ausentes Falência múltipla nos órgãos principais Sistema não funciona, não nos serve, não queremos mais Capitais mil, nas mãos de poucos homens Sistema servil é o mal que nos consome Pouco a pouco eu vou sentindo a mão do injusto aqui por perto Sem pena, seu lema, lutar pelo incerto Nada consta, nada afronta mais, é treta pronta O homem da maleta, nada traz, só desconta Em pouco tempo, o pouco que tem o trabalhador Não tem mais nada, vive no regime do horror Pra luta armada foi, com ódio e com rancor Seu combustível, incentivo, cessar a dor pro seu alívio E ver seus filhos sem ter pra onde ir, o que comer Me dê motivos, vida bandida é luz que pude ver Socorro ninguém deu, ninguém ouviu quando gritou Não socorreu, vejam no que o homem se tornou Aversão à tudo aquilo que o sistema reza e prega Vive suas leis, cria suas próprias regras Libertou-se de uma prisão invisível Solto na vida, vive dia-a-dia de bandido E bandidagem corre a veia, no sangue, no domínio Na lembrança, nada consta, o diário de um esquecido Entre milhares e milhões, mais um cidadão sem nome Da doença nasce a cura, do sistema nasce o homem E o governo, o que não quer, ele descarta, rejeita Não desanda o mal acolhe, constrói e alimenta E o que antes tinha sido um pai honesto, batalhador No lugar reinou a raiva, o medo Com o tempo um enviado do terror andou na terra Plantou a guerra, sentiu o seu sabor Foi tão amargo quanto o gosto de uma bala Que cala, vem cessar a dor Necessidade leva um homem ao extremo Se passa fome, passa frio, aguenta Mas estoura quando vê sua família no veneno Mundo pequeno, passou tremendo Impera o ódio, mas ninguém nunca está vendo, e vai Submissivo, omisso, esquecido, a hora é essa Um caminho, um destino, profissão perigo é o que lhe resta Trafica, assalta, mata, e agora é um homem de negócios Arranca sua alma sem esquema, sem dor, sem pena e sem remorso Mas no fundo sua alma chora, vida bandida Não teve chance, o lado negro não perdoa Te escolhe, não há saída Além da Nova Ordem, quero viver Com a minha paz eu não bato de frente Eu tenho mil motivos pra vir lhe dizer A fé sempre responde em nome dos ausentes No crime, vida curta é o regime que impera Lembrei do Papo Reto, se "já é, ou já era" Se não era, vou no vácuo, "pelagroso", não sou pato Malandragem não procede, vacilou, cai do cavalo Como todo o mau malandro, não demora, um dia cai Diga-me com quem andas, te direis pra onde vais Valorizo a minha banca, os confirmado, é nós no peito Nas fitas, com as minas, correria , não tem preço Entra no pacote, proceder, sabe qual é Mulher, paz e dinheiro, paz dinheiro e mulher Cada um sabe o que busca, cada um busca o que quer Pilantragem, mal olhado, proceder no que vier Se vacilou, sim, foi com a cabeça fraca E o mal quis, falhou, foi com a cara na calçada E o sangue corrente, quente, em frente, cara marcada Vida real, o bem e o mal, a chama se apaga Baratinado com um barato novo é na área Uns manos corrompido a dançar sobre a navalha E correria, passa fumo, passa pedra, passa pó Malandro bem tramposo, foi, caiu no xilindró Trampo de fé, não levou fé, mas o sistema não tem pena Empresário do crime já falido, o inimigo: a sua própria cegueira Não demora, ilusão, vai ladrão, que a teta seca A mão de ferro quebra, tentando tirar leite de pedra O vício do próximo é um grande negócio Impera o ódio sem segredo, a morte é um mercado próspero O próximo pode ser você, que não sabe, não sente, não vê Além da Nova Ordem, quero viver Com a minha paz eu não bato de frente Eu tenho mil motivos pra vir lhe dizer A fé sempre responde em nome dos ausentes