Feita de carne e osso Feito um rosto que espreita Feito um olho que é louco Deita um pouco insatisfeita A pele seu contorno Feito um forno que se queima Vestido um tanto solto Feita do que era feita Tudo lhe era estranho Feito um banho de água benta Sentia um imenso sono Meio morno, meio besta Feita de seu consolo Meio tolo e sem jeito Carregava um tijolo Lado esquerdo do seu peito Foi viver sem voz e não teve um fim Fosso, dor sem Deus Vestida de carne e osso Seu esboço estava feito O seu rosto era tão moço E sua visão estreita No seu pensamento insosso Não sabia do que era feita Feita de carne e osso E com sua visão estreita Foi viver sem voz e não teve um fim Fosso, dor sem Deus Foi viver sem voz e não teve um fim Fosso, dor sem Deus