Caminhando Por sobre o nada Meu espírito vaga A dor que consumo Me devassa E em dilúvio Derramo lágrimas Escarnecedores Cercam meus passos Ferem meus atos Insanos pensares Refletidos Num conto de fato Algo me para Sinto o som chegando Carregado ao vento O ar vem quente, "irrespirante" Afogo-me num calor intenso É imensa em mim A força do hábito A mente confusa Um tanto indecifrável Ouvindo calada O grito de um pressagio Que se concretiza Em menos de um estalo Sinto distante A sensação de um corpo Coração batendo Em ritmo assombroso Então olho ao entorno E só o que vejo São almas pedidas Perambulando Percebo no som Trazido pelo vento Cada vez mais rápido Se aproximando Em gemido e clamor A dor se faz presente Mostrando-me horror Em rosto sofrido Numa guerra sem lei Que me faço presente A guardar memorias d Dos tempos temidos Sentindo-me aflito Eu não sei Se grito, se choro Se pulo ou me atiro Só sei que este medo é real Então tento fugir Me esconder Distante do perigo Cai de joelhos Sem ver nem sentir a presença Mas sei que uma mão me toca Nos meus olhos entreabertos A imagem fosca De um grupo que me desloca Em passos corridos Cansados As vozes distantes Num tom meio sussurrado As faces vermelhas Da cor do sangue E de boina verde Tipo soldado Uma voz masculina arrogante Disparando ordens A míseros subordinados No fundo da cela Uma fresta me mostra A vida ordinária do outro lado Calado ouvindo apenas O som da respiração E mosquitos voando O escuro da noite é envolvente O medo existente Na incerteza de outro plano Confuso sem nada saber A respeito do cativeiro Ao qual me encontro Ansioso para ter Logo uma resposta Se é mesmo real Ou se foi tudo um sonho