O sol nasce derretendo geadas E o vento vem varrendo o chão Anunciando o rigor do inverno Se achegando em todo o rincão Folhas secas despencam sem rumo Do arvoredo que eu mesmo plantei E esse frio redesenha a paisagem Deste pago onde eu me criei Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão Há quem diga até que sou louco Por gostar tanto das invernias Quebrar geada pisoteando pastos No clarear dessas manhãs bem frias Como é bom chimarrear bem cedito Assistindo meu pago acordar Eu não troco esse frio da campanha Neste rancho onde vivo a cantar Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão Não me cansa exaltar a magia Deste frio nas querências do sul Me esparramo nos meus pelegos A bombear este céu tão azul Na janela de minhas lembranças A saudade troteia feliz Sinto até que renasço no inverno Rebrotando na minha raiz Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão Neste inverno vou ficar por casa Casereando aqui neste galpão Quero olhar minha vida com calma No calor do meu fogo de chão