A minha mente não mais alumia E as palavras que eu quero dizer Se amoam dentro do meu peito Me fazendo arder de sofrer Se amoam dentro do meu peito Me fazendo arder de sofrer Mesmo que eu esconda, escorre em meu rosto O suor dos meus olhos cansados de ver As tantas viagens perdidas Que eu dei sem me aperceber As tantas viagens perdidas Que eu dei sem me aperceber Mas olhando pro céu me alegro Pois sei que todo o meu sofrer Não se compara com a vida Que contigo eu hei de ter Não se compara com a vida Que contigo eu hei de ter Além da terra, além do céu No trampolim do sem fim das estrelas No rastro dos astros Na magnólia das nebulosas Além, muito além do Sistema Solar Até onde alcança o pensamento E o coração Vamos Vamos conjugar o verbo fundamental e essencial O verbo transcendente Acima das gramáticas E do medo e da moeda e da política O verbo sempre amar O verbo pluriamar Razão de ser e de viver Subir para cima Seguindo seu rastro Pra lá do espaço Eu quero ir mimbora pra lá do Recife Morar em Olinda, nunca mais voltar Subir a ladeira da misericórdia Na praça dá Sé ali te encontrar Para nós subir em cima da caixa E numa maloca ali nós morar E em fevereiro ouvir as cantiga Da terra sem sol, sem lua e sem mar Subir para cima Seguindo seu rastro Pra lá do espaço