Ouça o canto triste dos pardais Veja o choro da vegetação Sinta os rios morrendo de sede, já Se afogando na poluição Ninguém joga mais a rede Ninguém pega mais o peixe Ninguém nada mais nos rios Estão secando, estão virando Quase um igarapé RIO PARDO, RIO DE CONTAS, RIO JEQUITINHONHA SÃO FRANCISCO E O MEU RIO CATOLÉ Acabou-se os pés de ingazeiras Coco “licurí” e os ananás Nem as sombras dos pés de mangueiras, lá Na beira dos rios já não tem mais Estão só e entorpecido Com o veneno das indústrias E se não ter solução Não vai ter água no leito Pra beber nem pro café... RIO PARDO, RIO DE CONTAS, RIO JEQUITINHONHA SÃO FRANCISCO E O MEU RIO CATOLÉ Toda vez que eu bebo água Nos potes lá de casa Não sinto o mesmo gosto Que tinha antigamente Vontade que me dá é ser nascente de água pura E desaguar solene nas correntes desses rios Quando o mutirão bater em nossa porta Vamos lá valer a nossa fé “Descontaminar” as águas do planeta De canoa, de cavalo ou a pé Pense nos meninos que amanha vem vindo Sem os desatinos de Remando e Sento Sé RIO PARDO, RIO DE CONTAS, RIO JEQUITINHONHA SÃO FRANCISCO E O MEU RIO CATOLÉ