Jota Augusto

Nuelândia, o País dos Sem Cabeças

Jota Augusto


O primeiro tolo foi quem creu, que a terra tinha um dono
Foi manobra, desengano, o miocárdio adoeceu!
A ternura daqueles olhos roubou o meu futuro
Mas era fêmea e seus segredos se escondem atrás do muro
Pilatos em cada esquina, Gandhi ao além-mar
E as almas vão parindo, se perdendo sem chegar! É, mundo!
Degringolado, é bem melhor que me esqueça
Fundei a Nuelândia, o país dos sem cabeça
Então cerquei a terra e também me fiz seu dono
E riu de mim os Céus, o Índio, o abandono
E lá sobraram poucos, loucos, equilibristas
E o vazio imenso na imensidão da pista
Degringolado, é bem melhor que me esqueça
Fundei a Nuelândia, o país dos sem cabeça
Então eu me dei conta que toda conta tem um caso
Que nada vem do nada, nada é por acaso
Que não se completa o côncavo sem ter o convexo
E não sei se você está pronto, pra entender meus versos
Degringolado, é bem melhor que me esqueça
Fundei a Nuelândia, o país dos sem cabeça!