Josué Barcus

Os Três Amores de Xangô

Josué Barcus


Kaô, kabecilê kaô
Eu sou malandro e sou filho de xangô

Quero ver o chão tremer quando meu tambor tocar
Uma lenda na avenida a minha escola vai contar
O amor é a mais linda criação de Obatalá
Xangô, rei valente e destemido
Percorreu o continente em busca de uma paixão
Nesta jornada conheceu as três mulheres
Que disputaram o seu coração

Epahei oyá, vem na ventania
Orayeyeo oxum está na cachoeira
Quem chega pra lutar com valentia
Obashi obá mora na corredeira

Oyá provoca a ira de Ogum
Dividida em nove partes, Iansã se revelou
Oxum, dotada de grande beleza
Foi encantada num ato de singeleza
Enciumada, Iansã deixou o reino
Disfarçada como pedra, em um raio ressurgiu

Enquanto Obá, grande guerreira de Elekó
Demonstrou sua bravura e conquistou o rei de Oyó
A orelha no Amalá faz despertar a fúria de um trovão
Dois rios nascem no Ayê, se encontram em um turbilhão
Quando o povo sucumbiu numa forte tempestade
O machado crava o chão
E enterra o reino para toda a eternidade