Vejo o horizonte da janela do galpão, E o sol nascendo sobre o manto das frexilhas. Recosto a cuia, ato a espora às garroneiras, E acordo as garras, pra o ritual bueno da encilha. Assim desperto pras horas de labuta, Manhã de geada num “finalzito” de maio. Buçal e mango, sela, cabresto e peiteira, Rumo à mangueira, onde me espera um potro-baio! Este mundo que Deus me deu de regalo, Tem dois lados: lida bruta e sentimento. – Ser doce e manso, pros cabrestos de uma prenda. – Ser duro e rijo, por entre domas e tentos. Final do dia, depois de muito trabalho, Chego no rancho, dou folga ao pingo bragado. E no galpão vou remendando a velha cincha, Tirando uns tento daquele couro estaqueado. Fim de semana... Ato a boca de um tostado, De pura estampa, pra sentar os meus arreios. Rumo ao povoado, faceiro, vou assobiando, Ver a morena, e dar pasto aos meus anseios!