Não sei se sonhei Ou se embarquei Pela loucura além Não sei se voei E me perdi Se só viajei Ou se bebi Eu só sei que vi No chão se abrir Para flor do espanto meu Um poço sem fundo Lá no fundo do céu Todo trabalhado em espirais De argila escura e luz O poço descia sob os meus pés Mas também subia ao chaminés Pois mirava sempre pro círculo azul E o céu não sabia onde era o norte e o sul Dentro dali flutuava um sonho Valsa invísivel da minha ilusão Fora a cidade tremia e estremecia De sensações em multidões Produzindo usinas, buzinas Mas eu só queria vertigem e o vão Dentro do espelho daquela visão E desejava que a lua, a prória lua Fizesse a sua aparição Eu fiquei assim, tempo sem fim Tonto do encanto, além Do que vislumbrei, e nunca vi Do que nunca achei, e estava ali Uma luz azul que afinal entendi E subitamente eu me lembrei de ti