A mata virgem é sertão, água parada é lagoa Cana moída é bagaço, dente de ouro é coroa Ronco no céu é trovão, a chuva fina é garoa Tudo o que é bom dura pouco, o que é demais logo enjoa Calor demais é mormaço, pé de boi é mocotó Quem canta de graça é galo, quem vai na onda é coió Amor ingrato é desprezo, desprezado vive só Se fica perto padece, se vai pra longe é pior Casa caída é tapera, córrego grande é ribeirão Trio no mato é picada, alto de morro é espigão Chuva grossa é tempestade, festa na roça é função Suspiro longo é saudade, soluço triste é paixão Boi arisco é pantaneiro, cavalo xucro é pagão O marrueiro é saudoso, nego velho é pai joão Que vive triste e calado, lembra da ingratidão A mãe preta que foi morta no tempo da escravidão