José Fortuna

Café Maduro

José Fortuna


Café maduro
Colar vermelho como pedras de cristal
Gotas de sangue
Brotam do verde coração do cafezal

Café maduro fruto do trabalho
Do lavrador que labutou com o chão
Molhando a terra com o seu suor
Vê suas flores transformar-se em grãos
Canto de abelhas sobre as verdes ramas
Formam a grande orquestra do sertão
E o roceiro vê com alegria
A sua luta que não foi em vão

O cafezal imenso se desgalha
Na grande carga que este ano deu
Porque a geada não caiu no inverno
E na florada, no sertão choveu
Aquele cheiro de fartura espalha
Dos grãos vermelhos incrementando o ar
E o roceiro com toda a família
Já se prepara para derriçar