Tem um candieiro alumiando o rancho E os pirilampos salpicando a mata O vento canta contra o alambrado Que a lua cheia transformou em prata E a prenda linda de sorriso largo E olhar sereno de matiz pampeano Na hora doce do ritual amargo Se aconchega pra matear de mano (E lá em cima, rosetas campeiras Que se soltaram de xucras esporas Ficam brincando de estrelas cadentes E se derramam ao raiar da aurora) E nesta hora quando a noite desce Ao dar a luz a mais um dia pleno Começa a lida de suor e sonhos Que ainda anima o semeador moreno Segue o arado revirando a terra Porque bem sabe que semente é vida E lá no rancho cresce uma esperança No ventre lindo da mulher querida (E lá em cima, rosetas campeiras Que se soltaram de xucras esporas Ficam brincando de estrelas cadentes E se derramam ao raiar da aurora)