José Campos e Sousa

Arraial de Porrada

José Campos e Sousa


Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

Quem do alto
De tanta sela e montada
Tanta vez em sobressalto
Pôs Castela em debandada

Pode lá ver pela frente
Pode lá ter por diante
Apenas gente aparente
Gente de sangue rafeiro
Sem que se exalte e se zangue
O seu rompante guerreiro

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

Na imagem de vitral
Do espiritual cavaleiro
Medalhão medieval
Aos pés do qual me consterno

Está ou não Portugal de Portugal?
Está ou não Portugal inteiro e eterno?
Está ou não Portugal de Portugal?
Está ou não Portugal inteiro e eterno?

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

Do alto lá do seu posto
Atenda ele ao recado
Que me foi lançado em rosto
Derramando o seu desgosto
Sobre a data já remota
Dia catorze de agosto
Quadrado de Aljubarrota

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

E ali a mim me reúno
À sombra de uma bandeira
Que me quis sagrar aluno
De Dom Nuno Álvares Pereira
Que do alto de tanta sela e montada
Pôs Castela em debandada

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

Saia de novo a terreiro
De atalaia e a dar ajuda
Todo o povo, o povo inteiro outra vez
Contra o estrangeiro
Nos acuda
Ponha a andar daqui o andeiro
A tal arraia-miúda

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada

Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada
Arraial, Arraial de Porrada
Por Portugal e mais nada