Noite alta, lua cheia, mil estrelas Olhos rasos procurando a mais bonita Queda o tempo, calma larga, mate amargo E na varanda um sentimento ressuscita Vez por outra uma cadente temporona Ilumina o manto negro do infinito Sabe lá se não serão os olhos dela A alumiar a solidão do peão solito Ainda trago o cheiro dela sob o pala E o gosto doce do açúcar do seu beijo Amanhã bem cedinho pego a estrada Para matar esta saudade e o desejo Não quero mais contar as horas de agonia E ver meus dias sempre findando assim Vou contemplar mais uma noite estrelada Tendo a amada cevando um mate pra mim Troveja forte lá no fundo do porongo Tal qual tormenta vinda do lado paisano Já foi um mate e o outro também é meu Como são meus sinais de lida e abandono Quero acordar no primeiro cantar do galo E de a cavalo ir encontrar a morena Sei que me espera pronta pra voltar comigo E ter abrigo nos braços deste torena