José Afonso

Ó Altas Fragas da Serra

José Afonso


Ó altas fragas da serra 
Donde o penedo caiu 
Ninguém diga o que não sabe 
Nem afirme o que não viu 

Ó altas fragas da serra 
Donde a penedo tombou 
Ninguém diga o que não sabe 
Nem afirme o que inventou 

Ó negras sombras tão negras 
Que estais em volta a rondar 
Coitado de quem no mundo 
Passa 
A noite e o dia a penar 

Ó sombras negras da noite 
Ó vento em volta a ventar 
Coitado de quem no mundo 
Não se cansa de procurar 

Coitado de quem não vê 
Que a noite 
Há-de um dia terminar 
Tremei o donos da terra 
Abri janelas em par