Nos bancos duros da estação tapera Onde meus rumos por vezes refaço Vejo restolhos e fiapos humanos Que se achegam em busca de espaço Em meio aos trilhos que firme resistem Entre dormentes quietos e vagões Buscam atalhos se esmerando tristes Nos vãos si lentes das composições São trilhas cheias de encruzilhadas Cartas marcadas que de longe vem Com a pobreza que viaja sentada Numa boleia do ultimo trem Catam viajantes pra mostrar caminhos Ombreando malas nos corpos esguios E nos casebres a beira dos trilhos Só tem miséria e pratos vazios Caminhos tortos esses que ladeiam As paralelas e as perimetrais Sendas amargas que sempre transformam Pobres crianças em pré-marginais