Jorge Guedes e Família

Batendo No Galinheiro

Jorge Guedes e Família


Era uma bailanta vieja
Bem sobre a costa do rio
Chamamé, vaneira grossa
Que só a fronteira pariu
Era um baita galinheiro
Com retoço de bugio

Chegava saltar faiasca e as marca iam se encordoando
O gaiteiro, um galo fino que tocava se bombeando
E o Polaco pelo de ar, na guitarra amadrinhando
E o Polaco pelo de ar, na guitarra amadrinhando

E as frangas do galinheiro: Polaca, Nanica e Sura
Se aninhavam com os galo pra ponhar na noite escura
Tudo penosa, corada, com mais de uma postura
Tudo penosa, corada, com mais de uma postura

(Mas oigate, baile véio)

Que entreveiro de penosa que, na gente, até dá dó
Acharam só um galo véio' com um bilhete no gogó
Dizendo que, desde cedo, o coitado ficou só
Bateram no galinheiro e levaram as carijó

Que alarido de galinha
Bateram o galinheiro e levaram as carijó
Que alarido de galinha

(Chegou um forasteiro sem ser convidado e, logo, estourou a peleia)

A madrugada ia alta
Quando deu o primeiro estalo
Um ganso num bagual novo
Uma pintura, um regalo
Mandou que largasse um tango
Que ele ia bailar a cavalo

Quadraram o corpo e se vieram, mas o ganso tinha escola
Foi rebatendo os puaços de algum galo mais pachola
E tanta carijó linda ficou sem pena na cola
E tanta carijó linda ficou sem pena na cola

Quando lhe incendiaram os trapos foi que pegou fogo a rinha
Azularam desasadas direito à porta estreitinha
Escute só, meu patrão, que bochincho de galinha
Escute só, meu patrão, que bochincho de galinha

Que entreveiro de penosa que, na gente, até dá dó
Acharam só um galo véio com um bilhete no gogó
Dizendo que, desde cedo, o coitado ficou só
Bateram no galinheiro e levaram as carijó

Que alarido de galinha
Bateram o galinheiro e levaram as carijó
Que alarido de galinha
Bateram o galinheiro e levaram as carijó
Que alarido de galinha
Bateram o galinheiro e levaram as carijó
Que alarido de galinha

(E se foi até o clarear do dia o baile no galinheiro)