A de ó Estamos chegando Dos ricos fogões, Estamos chegando Dos pobres bordéis, Da carne vendida nós somos, Viemos amar. Estamos chegando Das velhas senzalas, Estamos chegando Das novas favelas, Das margens do mundo nós somos, Viemos dançar. Estamos chegando Dos trens dos subúrbios, Estamos chegando Nos loucos pingentes, Com a vida entre os dentes chegamos, Viemos cantar. Estamos chegando dos grandes estádios, Estamos chegando Da escola de samba, Sambando a revolta chegamos, Viemos gingar. A de ó Estamos chegando Do ventre das Minas, Estamos chegando Dos tristes mocambos, Dos gritos calados nós somos, Viemos cobrar. Estamos chegando Da cruz dos engenhos, Estamos sangrando A cruz do Batismo, Marcados a ferro nós fomos, Viemos gritar. Estamos chegando Do alto dos morros, Estamos chegando Da lei da Baixada, Das covas sem nome chegamos Viemos clamar. Estamos chegando Do chão dos Quilombos, Estamos chegando Do som dos tambores, Dos Novos Palmares só somos, Viemos lutar.