Johnny Paz e Rubenio Marcelo

Lágrimas da Natureza

Johnny Paz e Rubenio Marcelo


Alguém talvez inda lembra
De tudo que aqui plantei:
Bosques verdes, multiflores
Com carinho desenhei;
Hoje volto e nada encontro
E, me vendo em desaponto,
Foi por isto que chorei.

Esplendor lindo das matas
Compondo a natureza,
Campos, rios e cascatas
Oh meu Deus quanta beleza!
Perfumei campos floridos
Fiz o mundo colorido
Com futuro de incerteza.

Deixei cantando nas matas
Araponga e o jaó,
Jacutinga e o bicudo,
Na capoeira o xororó,
Macuco, guaçu e arara,
Rouxinol, cantiga rara,
E no brejo o curió...
---------------------------------------- Refrão
Hoje gemem os urus
Lá no ermo do sertão;
Inda canta o sertanejo,
Mas com dor no coração;
Com saudade da cabocla
Que embora foi quase louca
Por ver a destruição...

E o fogo impenitente
Vai devastando as galhadas,
Tosta tudo, queima os ninhos
Das aves desesperadas;
Toda fauna se entristece,
Mas fazemos nossa prece
Pra esta sina ser mudada.

O sol nasce aquece a terra,
Venta, chove, relampeja,
E não há nada no mundo
Que o Deus do céu não veja;
Por isto que eu rogo agora:
Protegei a fauna e flora
E a gente sertaneja!