Na minha vida sempre fui muito sozinho Sem família e sem carinho Meu caminho eu mesmo fiz Eu tinha tudo e ao mesmo tempo tinha nada Pois faltava alguma coisa Pra que eu fosse feliz Me sentindo muito triste e abandonado Mas com Deus sempre a meu lado Pelas ruas eu andei E foi assim que numa parte da cidade Quase já no fim da tarde Um asilo avistei Não sei por que eu toquei a campainha Logo veio uma velhinha Que me disse, pode entrar Falou ainda com a voz muito cansada Esta é a última morada Para os velhos sem um lar E de repente minhas lágrimas rolaram Quando os velhos me acenaram Eu não pude me conter Naquela hora minha fé foi abalada Nesta terra abençoada Não se pode envelhecer E a velhinha sempre estando ao meu lado Me deixou tão consolado Quase não acreditei Aquela pobre criatura esquecida Tão humilde e tão sofrida Era a mãe que eu sonhei Por um momento eu pensei, mas lhe pedi Pelo muito que eu sofri Ser a mãe que eu não tive Ela aceitou e de filho me chamou E aos poucos me mostrou Que é de amor que a gente vive E lá em casa só morou felicidade Mas a morte sem piedade A velhinha me levou E foi aí que eu busquei o meu passado Que já estava enterrado E descobri quem eu sou Então eu vi que para Deus tudo é possível Pode parecer incrível O destino é certeiro E a velhinha que eu pensei ser adotiva Era a minha própria mãe Eu seu filho verdadeiro