Meu canto vem do galpão Mais tosco e mais primitivo É um canto chão estendido Templado a fogo de chão Jamais será redomão No campo aberto escarceia Sem maneador ou maneia Que reprima o entorno Não bajula não tem dono Não cala nem cabresteia Meu verso fez as estradas Os atalhos e os caminhos Sempre soube andar sozinho Abrindo magoa em picadas Bueno encruzilhada Só tenho Deus por patrão Escuto o meu coração Nenhum modismo daninho Me leva pelos caminhos Dos que não tem opinião Protesto contra a disputa Entre irmãos do mesmo canto Contra isso eu me levanto Entendam minha conduta A continuar nessa luta Que põem irmão contra irmão Disse hernandez de ante mão Que os de foram inatingidos Chegaram despercebidos E assim nos devorarão Sou parte desta querência Não se estendo em sombra alheia Conheço a parada feia Sem antes olhar a existência De rio trago de essência Do barro que me gerou Seiva agreste que plasmou Minha raça nas planuras Com vento que nas lonjuras Eu os quero além do sobrou Bem mais que simples cantores Somos a voz de uma raça Mesclando estória e fumaça Estância e corredores Cargueiros e domadores Que ergueram antes de nós Segue ante vidagos eternos Pois mesmo os tempos modernos Não calarão nossa voz