Justo hoje, no dia santo De santo nada tenho E venho disposto a tudo Topetudo feito mate de barão É que, hoje, quando acordei Levantei cheio da pressa E, na pressa, calquei no chão O garrão da pata esquerda E quando isso acontece Acontecem cataclismas Surgem cismas logo cedo Que, tão cedo, não se vão Uma secura na goela Revela ganas de temporal Hoje não há cruz de sal Que impeça a lambança Encilho o pingo, alço a perna Quem governa este fundão sou eu Bota nova e um chapelão Quem governa este fundão sou eu Qualquer demora é longa Milonga alguma me agrada Minha adaga miro de soslaio Com um azedume nas ideia E, quando as ideia me azeda Tenho umas ideia azeda De vereda rumo ao povo De traje novo e alguma plata E, terminada as tinha Conto as espinha dobrada Dobro a picada e me sumo Rumo ao rancho satisfeito Por ter cumprido a preceito Os ditames da maldição Que surge quando vai ao chão O garrão da pata esquerda