No encontro da madrugada Eu pecho as guardas do dia E um vento brabo assovia Pra manhã que chega feia. Poncho batea "vermeia" Pra um geadão macanudo Que vem levantando tudo Na alma de quem mateia. Um grito de quero-quero Chega alertando a manhã E um céu negro em picumã Vem desabando a coxilha. Meu gateado espera a encilha E uma forquilha nos bastos Pra "quebrá" o gelo dos pastos E as telas, nas machanilhas Um gateado e seis cachorro E um mangueirão de seis tento Pra se abrir, contra o vento E buscar um touro na armada. Vou topar essa parada Pra saber por quê não veio A mais de cinco rodeio No fundão dessa invernada. Um sapucai que se estende Dá o contraponto na grota E a cuscada na volta Pra desentrocar o groteiro. Meu gateado que é campeiro Vinha das casas sentindo Que ia chinchar touro fugindo Dos dentes dos ovelheiros É um palanque o meu gateado Escareia e troca a orelha E chincha força parelha Firma nas quatro e se encrava Que é costume da minha "lavra" Ter bom cavalo e cachorro Pra o caso, de algum touro Querer negar minha palavra. Se desentroca no mato Seja por mal ou por bem Mal sabe ele que tem Mais força no peito. Mas sou assim desse jeito Tenho a confiança no braço Depois que eu digo o que faço Só volto, depois de feito!!