O galpão do meus arreios tem picumã na garganta por isso que logo cedo, pra madrugada ele canta... Canta milongas de fogo, com lenha boa de aroeira na voz rouca das cambonas, alguma copla campeira. O mate de erva nova recém clareia as janelas e um galo preto abre o peito num moerão da cancela. Parece que chama o sol que mete a cara em porfia no horizonte acordando, com jeito de buenos dia ! Os pingos tudo na forma na volta do mangueirão esperam garras sovadas e rédea firme na mão pra depois n'algum aperto contra um brasino matreiro entenderem que na espora só anda pingo ligeiro. Um baio marca de quatro por caborteiro relincha é manso igual a espora que corta os fio da cincha. E quando menos espera tranqueando de relancina agacha o toso pegando, pra tirá um cristão de cima. Mas o campeiro que eu falo não é de quadro bonito é daqueles que de foi feito, a tempo feio e a grito. Dos que apartam campo a fora, a mango e bico de bota e atropela em lançante, tirando boi dessas grota... Por isso que o meu galpão tem vida nas madrugada fogo aceso, e uma milonga com as espora bem atada. Pra o causo, nas precisão, entre um mate e mais outro precisar encilhar mais cedo e tirar as cóscas de um potro...