Alma nativa que me "gusta" e sei que tenho Pois de onde venho se cevava o mate cedo Trago a coragem das estradas por diante E algum rompante pra enfrentar meus medos Trago nas mãos o que a guitarra sempre gosta E uma resposta no meu canto de fronteira Quem aprendeu o que a vida tem de bom Segue seu dom de cantador a vida inteira O meu destino quem traçou não sei quem foi Berro de boi, tranco de pingo foi moldado Sou campo largo porque a vida quis assim E sou por mim voz e silêncio lado a lado Tenho a palavra pra entregar na hora certa Porteira aberta pra quem segue a mesma estrada E se me calam um silêncio na garganta É alguém que canta sem a alma dizer nada Minha alma sabe se mostrar à sua maneira Se entrega inteira pras vontades que ela tem Mansa pros versos qual figueira de tapera Garras de fera quando melhor lhe convém Sou céu e terra conforme minha saudade E uma verdade pra cantar por onde ande Sou mais um desses que o campo por lembrança Deixou de herança esta alma de Rio Grande.