O caminho do vaqueiro é todo torto Trabalhando direto sem parar Não possui uma casa pra morar Quando arruma é um canto sem conforto Quando ganha um bezerro é quase morto Manquejando muito fraco e gogó fino Ele vê que o patrão é tão suvino Que responde: Não quero essa porqueira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino O vaqueiro é disposto e é valente De manhã toda vez que o galo canta Faz o pelo sinal e se levanta Depois toma uma dose de aguardente Pega tudo que passar em sua frente Seja gado nelore ou turino Imitando o finado virgulino Com um revólver na cinta e uma peixeira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino No opende se deita numa rede O cavalo amarrado na esquina Um gibão fedorento a creolina Pendurado no torno na parede Meio dia o rebanho sente sede Vai beber mas quem tange é um menino Um garrote aleijado e pequenino Acompanha a novilha corredeira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino O vaqueiro é honrado, bravo e forte Pra amarrar burro brabo dando poupa Guarda peito e gibão na sua roupa E o cavalo lhe serve de transporte Na caatinga fechada enfrenta a morte Só recorre ao poder do Deus divino Usa mais o chocalho boca de sino Na garupa da sela roladeira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Um garrote zebu da cara preta Pula a cerca assentada na jurema O vaqueiro derruba e acabrema Depois bota no bicho uma careta Seu tempero é pimenta malagueta Aguardente o aperitivo fino Quando sente que o corpo está mufino Seu remédio é um chá de catingueira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Travessei o pinaco do sempestre Fui parar bem no meio da mata virgem Onde nasce a coragem e a origem Do vaqueiro valente do nordeste Boiadeiro pião cabra da peste Arranhão pede coisa a teu destino Sem temer a carranca do purino Mororó, xiqui-xiqui ou quixabeira Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino Sinto o cheiro da casca da madeira No gibão do vaqueiro nordestino