João Ricardo Diedrich

Cadê Meu Piá

João Ricardo Diedrich


Desde quando se achegou lá no meu rancho
Minha vida esse piá modificou
Eu que andava meio manco e sem patacas
Pra dar conta do futuro, me apurou
Eu que tinha mal e mal um pingo mouro
Cusco ovelheiro, sem ovelha pra criar
No galpão as “ferramenta enferrujada”
Volta do rancho a macega pra limpar

Cadê meu piá, cadê meu piá, cadê meu piá
Cadê meu piá que eu vim aqui te procurar
Cadê meu piá, cadê meu piá, cadê meu piá
Cadê meu piá que eu vim aqui te procurar

Roguei a Deus que iluminasse meu caminho
Com muita fé e esperança me entreguei
Me botei na lida dura sem descanso
Por ti, de pai, a vocação, eu confirmei
Aquele rancho que se via igual tapera
Viu de novo a luz do Sol iluminar
Com sorriso minha prenda hoje me espera
Lá na janela com a cuia pra matear

Nove meses se passaram na querência
E a chegada esperada aconteceu
O gurizote trouxe luz às nossas vidas
E o terreiro lá do rancho estremeceu
Muito tempo de peleia e ensinamento
Fez valer todo suor que me escorreu
Hoje feito, com saúde e atitude
Pisa firme nesse chão que agora é teu